Como se demitir de forma segura
Não é o ideal, mas quando (e se) chegar o momento, aqui tem algumas dicas.
Segunda, 09 de setembro de 2024.
Ed. 75. Ano II.
Esse texto não é para te incentivar a se demitir de qualquer jeito — longe disso. Mas eu já estive em posições que ficou insustentável. Então, pense nesse texto como redução de danos. Se você se interessou por esse texto, provavelmente esse momento já está no horizonte, né? Antes de qualquer coisa: calma. Não saia pedindo as contas por impulso ou tomando decisões precipitadas. A gente está num tempo de Quiet Quitting, de buscar equilíbrio entre vida e trabalho, de questionar o que vale mesmo a pena. Mas isso não significa que o cenário é favorável para sair cortando laços sem pensar.
É importante lembrar que, no Brasil, a realidade é outra: crise econômica, quase 8 milhões de brasileiros sem emprego, IA avançando, substituição de postos por tecnologia, e demissões em massa rolando em grandes empresas. Ou seja, esse não é o melhor dos mundos para tomar atitudes impensadas. E ainda, estamos numa indústria que está refreando investimentos, então, não é um momento muito tranquilo.
Mas, novamente, eu sei que nem sempre dá para esperar o momento perfeito, aqui vão algumas dicas para quem está de olho em uma saída mais estratégica.
1. Tenha uma reserva de emergência. Sim, o básico dos básicos, mas que precisa ser dito. Quiet Quitting, grande renúncia e afins, por mais que sejam movimentos coletivos, começam numa bolha privilegiada que pode se dar ao luxo de abrir mão de algumas coisas. Se você não está nessa bolha, mas quer/precisa sair de um lugar que já não te faz tão bem, o segredo é começar a juntar uma reserva de emergência agora. Especialistas recomendam o equivalente a seis meses de salário, mas, na vida real, três meses já é um bom começo. Só que com um detalhe: planeje para que esses três meses durem o dobro caso não apareça algo de imediato depois do primeiro mês. Ou seja, revise seus gastos, corte os excessos, e se adapte a uma vida mais enxuta. Nath Finanças e Eduardo Amuri falam disso com propriedade.
2. Tenha um plano B no horizonte. Nem que esse plano seja voltar para a casa dos seus pais. A ideia aqui é ter uma noção do que pode ser o seu próximo passo. Não precisa saber todos os detalhes; afinal, se você está no limite, o tempo para planejar minuciosamente é curto. Mas vale listar algumas possibilidades, tanto profissionais quanto pessoais. Pode ser mudar para um lugar mais barato, dividir aluguel, ou buscar freelas enquanto pensa na próxima movimentação. Mas o mais importante é entender o que não funcionou no emprego atual, para evitar repetir as mesmas “escolhas” na próxima jornada.
3. Deixe a porta entreaberta. A velha história de "nunca fechar portas" faz sentido, mas com moderação. Se o lugar não te fazia bem, você não precisa manter todas as portas abertas só por manter. Mas também não precisa sair batendo todas elas. Mantenha contato com as pessoas chave que te apoiaram, porque elas podem ser os seus próximos contatos ou te indicar para novas oportunidades no futuro. Não se force a ser grato por uma experiência ruim, mas valorize as conexões que realmente foram significativas.
4. Olhe para o mercado antes de agir. Antes de pedir demissão, dê uma conferida nas oportunidades que estão rolando na sua área. Faça uma pesquisa rápida no LinkedIn, veja como estão os salários, e avalie se o mercado está aquecido ou não. Esse termômetro vai te ajudar a entender se o momento é mesmo propício para a mudança ou se talvez seja melhor segurar um pouco mais.
Bom, longe de ser um guia, apenasalgumas dicas práticas para quem está pensando em se demitir, mas quer fazer isso com um mínimo de segurança. Lembre-se, o importante é sempre ter clareza dos seus próximos passos e dos seus limites.
Boa sorte no seu próximo passo <3
NÃO ACABA AQUI.
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