Cuidado ao generalizar gerações
Em comunicação, use estudos geracionais com responsabilidade
Dia desses eu tava falando com algumas pessoas, depois da viralização dos posts do Chico Felitti. Você viu? Se não viu, eu recomendo que você veja todos. Estão aqui embaixo. (Isso se o substack não aloprou o preview, né? Caso tenha acontecido, clique aqui)
Mas em resumo, são pessoas da GenZ que “não se deram bem com o trabalho”, ou, como é trabalhar com jovens da geração Z.
É claro que eu não vou ser contra o que o post retrata. Ainda que eu seja um grande entusiasta dos jovens, sim, eles tem suas questões mesmo. Mas eu tô longe de fazer aquele papel da pessoa crítica, que só porque não sou mais tão jovem vou achar tudo de ruim nessa geração.
Mas eu queria levantar uma reflexão sobre as generalizações que nós fazemos em cima de estudos geracionais. De que jovens genZ estamos falando quando dizemos que “querem tudo na mão”; “não querem nem estudar nem trabalhar”, etc etc? Que jovem é esse?
Porque eu tenho quase certeza que se você olhar para um jovem GenZ periférico, um jovem negro, que teve que trabalhar desde muito cedo, por exemplo, ou ainda, que seja uma pessoa branca, mas que enfim tenha sido atravessado pelo trabalho desde muito cedo porque não tinha rede de apoio, eu acho que essa não é uma representação GenZ válida para essa crítica aí.
Então, não é que eu seja de todo contra estudos geracionais, ta bom? Mas quando a gente fala que uma geração se comporta de tal maneira, é sempre um reducionismo, fatalmente. Ainda que se tenha método para fazer tais análises, quando se coloca em forma de conteúdo rápido, como precisa ser para o mundo que vivemos, tudo vai ser generalista.
Então, é claro que dá pra gente dar boas risadas em um conteúdo, como o do Chico, por exemplo. Vale demais pra entretenimento e eu também já fui meio assim, como os jovens do post rsrs, não queria trabalhar (afinal, alguém gosta de trabalhar, de fato?). Mas a reflexão aqui é: sempre que for usar definições geracionais, pra trabalhar em comunicação, o faça com responsabilidade.
Sei lá, caiu na sua mesa um trampo que você vai falar com qualquer geração ou sobre qualquer geração, saiba analisar bem os dados para que a sua leitura só não esteja enviesada por não pertencer mais à geração em questão.
Nesse sentido, te recomendo esse texto do
que ‘na época’ do Quiet Quitting levantava a questão: toda geração tem uma crítica para a geração seguinte. E ela sempre é: eles não querem trabalhar.É muito importante a gente perguntar: que “eles” são esses?
Notícias comentadas
O que rolou de relevante nessa semaninha gostosa que passou e você pode ter perdido
Área de compras e agências de publicidade. A relação melhora com práticas de negociação.
Pô, é quase um crime uma reportagem dessa ter paywall. Mas aqui vai um resumo: um importante problema da nossa indústria, é as pessoas serem muito desconectadas do negócio de propaganda. O dinheiro aparece na mesa junto de um briefing, mas raras vezes nos questionamos de onde vem esse dinheiro, pra onde vai, etc.
Até esse valor chegar, uma área de compras de um anunciante espremeu a agência na tentativa de baratear custos tanto do plano de ações previsto, quanto do próprio custo do fornecedor criativo. E isso sempre se deu porque, historicamente, quem está na área de compras de marcas, são pessoas da área de finanças, administração, e que acabam interpretando parceiros estratégicos como as agências, como mais um fornecedor de insumos. O que é um erro em absoluto. Então esse momento de negociação sempre foi tenso em uma relação marca x agência.
Na matéria, especialistas relatam como estão fazendo para diminuir essa tensão. Seja colocando pessoas de marketing nas áreas de compra, seja trazendo uma discussão mais humanizada para a mesa, e não apenas baseada na melhor efetividade do parceiro comercial (pechinchando valores, no bom português). Eu espero que você possa ler esse texto, mesmo talvez acreditando que seu trabalho do dia a dia não tem muito a ver com isso. É importante saber esses bastidores.
Liderando em situações desconfortáveis
Segundo um relatório da McKinsey, em 2022 o comportamento tóxico no trabalho foi a maior razão de esgotamento profissional e abandono de emprego. Contudo, estamos falando de trabalho, em que, inevitavelmente estarão presentes relações de poder, problemas financeiros, problemas de clientes a serem resolvidos. E além disso estamos em uma indústria que o “desconforto é bem vindo”, ou seja, é importante você estar inquieto etc.
Esse texto (ainda que um pouco superficial) tenta investigar o que lideranças podem fazer em momentos desconfortáveis por natureza. São três pistas rápidas que passam por respirar fundo e também desenvolver empatia tática (em resumo se compreender o outro sem que isso signifique ser complacente).
Eu espero que você não esteja passando por algo assim, mas, se estiver, se inspire lendo esse texto.
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