Propaganda não é só isso aí NEWS.

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O paradoxo da publicidade moderna: conexões profundas com rotatividade constante

O paradoxo da publicidade moderna: conexões profundas com rotatividade constante

Como entregar contexto relevante, se eu acabei de chegar e já to saindo

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Lucas Schuch
set 30, 2024
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O paradoxo da publicidade moderna: conexões profundas com rotatividade constante
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Segunda, 30 de setembro de 2024.
Ed. 78. Ano II.

Dia desses eu me conectei com uma pessoa que precisava de uma mentoria de carreira. E o papo girou em torno de uma nota de pesar sobre: “assim que eu tô aprendendo como a marca, a agência funcionam, eu tenho que sair”.

Um dos desafios mais gritantes da publicidade hoje, e que eu já comentei aqui na news, é esse conflito entre a forma como trabalhamos e o que precisamos entregar. De um lado, vemos uma clara tendência de flexibilização dos modelos de trabalho, com freelas e equipes plug and play que se formam rapidamente para projetos específicos (e que tem sim, seus benefícios). Mas essas equipes, muitas vezes temporárias, são compostas por profissionais talentosos que saltam de um trampo para outro, em um fluxo contínuo (e as vezes enlouquecedor) de projetos curtos e dinâmicos. Por outro lado, a demanda crescente das marcas é por algo que parece caminhar na contramão: uma conexão profunda e duradoura com seu público.

O ponto aqui é: como criar essas conexões genuínas e de longo prazo quando os profissionais responsáveis por construí-las estão em constante rotação? Uma campanha pode durar apenas alguns meses, mas uma marca sempre vai precisar de consistência ao longo dos anos. E a verdade é que muitos profissionais de publicidade nem têm tempo para assimilar voz, valores e a essência de uma marca antes de se moverem para o próximo projeto ou agência.

Essa dinâmica já é uma realidade consolidada em muitos mercados criativos. O trabalho freelancer, tão celebrado por sua flexibilidade, pode criar um vácuo de profundidade. No fim do dia, as marcas estão lidando com uma equipe que pode, sim, entregar uma campanha visualmente impecável, mas que talvez não tenha a bagagem ou o tempo necessários para entender as nuances da marca, do público e do contexto cultural em que ela opera. A efemeridade do modelo de trabalho plug and play pode gerar resultados rápidos, mas corre o risco de comprometer a solidez da narrativa que sustenta uma marca ao longo do tempo.

Além disso, a rotatividade constante nas próprias agências agrava o problema. É notório que a publicidade sofre com a dificuldade de retenção de talentos. A pressão por resultados, a intensidade dos prazos e a falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional fazem com que a troca de empregos seja uma realidade constante. Profissionais que, mal compreendem a estratégia de uma marca, já estão buscando a próxima oportunidade, deixando para trás um legado incompleto, uma narrativa quebrada.

E não me entenda mal, eu percebo, claro, os benefícios que o mercado encontrou dessa entrega de especialistas rotativos, sendo acionados de acordo com sua expertise para cada trabalho e tudo mais. Então, eu não sei se tem uma resposta definitiva pra isso.

Mas podemos arejar uns pensamentos sobre esse dilema. Talvez a resposta esteja em equilibrar a rapidez e a flexibilidade que o modelo plug and play oferece com a profundidade que apenas uma continuidade no trabalho pode proporcionar? Não sei, um caminho pode ser criar equipes híbridas, onde freelancers são trazidos para somar, mas com uma base de profissionais internos que realmente conhecem e vivem a marca há anos? Essa equipe fixa seria a guardiã da essência da marca, garantindo que, independentemente de quem entra e sai, a narrativa central permanece intacta.

Não sei se isso ajudaria, já vi modelos assim, e eu não sei se melhora efetivamente, me diga você.

Outro ponto importante é a valorização de processos mais longos de imersão e aprendizado. Freelancers e novos contratados poderiam passar por um onboarding mais robusto? Onde não só absorvem a identidade da marca, mas também aprendem a comunicar isso de maneira eficaz e duradoura? Não se trata apenas de “entregar o job”, mas de fazer parte de algo maior. Será?

Bom, o desafio está posto: a velocidade com que trabalhamos na publicidade moderna precisa ser equilibrada com a profundidade necessária para criar conexões reais e duradouras. O mercado pode ser rotativo, mas as relações com o público precisam ser contínuas. É hora de refletirmos sobre como essa aparente contradição pode ser resolvida, ou as marcas vão continuar a sentir o peso de uma comunicação fragmentada e superficial.

NÃO ACABA AQUI.

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