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O paradoxo do telhado de vidro

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Você prefere correr o risco de errar, ou a autocrítica por não tentar mudar algo que não concorda?

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Lucas Schuch
mai 26, 2025
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O paradoxo do telhado de vidro
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Segunda-feira, 26 de maio de 2025.
Ed. 106. Ano III.

Dia desses eu conversei com uma amiga que havia sido duramente criticada por sua equipe, pois se afirmava uma liderança progressista, de esquerda, defensora de minorias e grupos minorizados no mercado, e, no entendimento deles, havia errado.

A crítica veio depois de ter feito alguns cortado da sua equipe, algumas pessoas pertencentes a recortes prioritários de diversidade e inclusão. Porém, veja, majoritariamente a equipe dela era composta por pessoas desses recortes, e ao receber a ordem de que deveria fazer cortes (alheia à seu controle, porque no fim ela também é só uma funcionária) estatisticamente as pessoas cortadas seriam, inevitavelmente, de pessoas desse recorte.

Eu trouxe esse caso pois é um ótimo exemplo de como funciona o que eu chamo desse paradoxo do telhado de vidro. Quem mais tenta, mais expõe seu telhado, pois se torna esperança pro mercado e para gerações que buscam mudanças.

Se você quiser entender melhor o que é esse paradoxo, é só pensar no cenário oposto. Sabe pra quem essa crítica de demitir pessoas de recortes minoritários não chegou? Para quem tem uma equipe composta apenas por homens brancos, heteros e cisgêneros, por exemplo.

Sabe para quem a crítica sobre trabalhar além do horário nesse mercado não chega? Para quem nunca se comprometeu em combater esse problema ativamente. Sabe quem também nunca foi cobrado pela saúde mental de seus liderados? Quem nunca falou sobre esse tema em falas públicas ou artigos de LinkedIn por aí.

Uma vez que você se compromete com algo, você será cobrado por esse posicionamento. O que naturalmente deve mesmo acontecer, está correto. Eu não quero dizer com isso que pessoas que façam algo deixem de ser cobrados por fazer ainda mais.

Só que essa cobrança pode fazer com que você, pessoa que também se entende como uma pessoa progressista e vocal nesse mercado, se questione se deve então continuar se expondo, levantando os problemas e tentando resolvê-los. Afinal, quem não está tentando não está sendo cobrado, e continua pagando suas contas, né? E uma vez que você é humano, você irá sim errar, falhar. O mundo corporativo é feito de pessoas e erros vão acontecer.

Mas é aqui que vem a pergunta que deveria te motivar a continuar: Você iria mesmo preferir dormir sem ter nem tentado mudar um cenário que você não concorda, ou preferiria lidar com a crítica quando, eventualmente ~for pego em alguma hipocrisia~, como o mercado adora apontar quem tenta?

Porque você, que lê essa coluna, não vai deixar de ser uma pessoa crítica das condições do mercado, eu imagino. E aí, você prefere a autocrítica de não tentar, ou uma possível crítica por ter errado?

E é por isso que eu sou um grande defensor de “aliviar” (passar pano mesmo rsrs) quando erros eventuais vierem de quem tem um longo histórico de tentativas vocais de transformação no mercado. Porque, do contrário, além de você desincentivar que essas pessoas continuem sendo vocais sobre os problemas, você reforça para quem não tenta, que esse caminho da inação é o mais coerente.

Por fim, cabem alguns apontamentos importantes.

1 - Sabemos que nem todas as tentativas são legítimas. Mas não é difícil reconhecer, de novo, pelo histórico de cada pessoa/ iniciativa, descobrir se aquela tem um posicionamento recorrente, ou é só algo para o release. Não quero com isso propor “aliviar” pra todo mundo apenas por dizer estar tentando.

2 – E aqui o mais importante: Não, eu não te julgo se você estiver num momento de vida negociando/tolerando coisas que não tolerava antes, e preferindo deliberadamente se ausentar de discussões. Tudo bem. Mesmo. Nem todo mundo deve/tem que comprar todas as batalhas. Eu tô fazendo isso com um monte de coisa também. Tá todo mundo lidando com um milhão de coisas ao mesmo tempo. Então, não se cobre se, por alguns momentos, você só jogar o jogo e pagar suas contas. Na maior parte do tempo isso é que tudo que você precisa fazer mesmo.

Mais um texto que, eu tô escrevendo integralmente pra mim, que eu espero que ressoe por aí também. Até a próxima

NÃO ACABA AQUI.

Nesta edição, além desse texto autoral ainda tem uma curadoria de links do que de mais importante aconteceu no mercado de publicidade pra você que não teve tempo de se atualizar. Considere assinar essa newsletter por apenas 5 reais/mês (uma coquinha zero).

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